a) Acorde
- É o conjunto de três ou mais sons ouvidos simultaneamente.
b) Acorde arpejado
- É quando as notas de um acorde são tocadas sucessivamente. No violão usa-se dizer, também, acorde dedilhado.
II - CIFRA
Cifras são símbolos criados para representar o acorde de uma maneira prática. A cifra, é composta de letras, números e sinais. É o sistema predominantemente usado em música popular para qualquer instrumento.
Em cifra os nomes Lá, Si, Dó, RÉ, Mi, Fá e Sol são substituídos pelas sete primeiras letras do alfabeto.
A – LÁ
B – SI
C – DÓ
D – RÉ
E – MI
F – FÁ
G - SOL
Os números e sinais usados na cifra representam os intervalos da escala, a partir da nota fundamental, em que são formados os acordes.
Tomemos o exemplo do acordo C7(#9).
C quer dizer Dó. O número 7, o intervalo de sétima menor a partir da fundamental Dó. E o # ao lado do 9, a nona aumentada.
a) Quadro dos intervalos e símbolos usados na cifragem dos acordes, tomando como exemplo a nota fundamental Dó.
NOTAS |
ENARMONIA |
INTERVALOS |
SÍMBOLO |
NOME |
Dó |
|
1 |
|
Fundamental |
Réb |
|
2m |
b9 |
Nona menor |
Ré |
|
2M |
9 |
Nona (maior) |
Ré# |
Enarmônicos |
2 aum. |
#9 |
Nona aumentada |
Mib |
3m |
m |
Terça menor |
|
Mi |
|
3M |
|
Terça maior |
Fá |
|
4J |
4 |
Quarta (justa) |
11 |
Décima primeira (justa) |
|||
Fá# |
Enarmônicos |
4 aum. |
#11 |
Décima primeira aumentada |
Solb |
5 dim. |
b5 |
Quinta diminuta |
|
Sol |
|
5J |
|
Quinta (justa) |
Sol# |
Enarmônicos |
5 aum. |
#5 |
Quinta aumentada |
Láb |
6m |
b6 |
Sexta menor |
|
b13 |
Décima terceira menor |
|||
Lá |
Enarmônicos |
6M |
6 |
Sexta (maior) |
13 |
Décima terceira (maior) |
|||
Sibb |
7 dim. |
o ou dim. |
Sétima diminuta |
|
Sib |
|
7m |
7 |
Sétima (menor) |
Si |
|
7M |
7M |
Sétima maior |
- Na coluna (nome) os termos entre parênteses são subentendidos quando se diz o nome de um determinado acorde.
Ex. 1 – C6/9 Dó com sexta e nona Ex. 2 – Dm7(9) Ré menor com sétima e nona
- Enarmonia, como já foi dito, são nomes diferentes para um mesmo som.
- Em cifra usa-se nona ao invés de segunda, já que a nona aparece quase sempre uma oitava acima da segunda na formação do acorde.
b) O que a cifra estabelece
1) Tipo dos acordes (maior, menor, 7ª da dominante, 7ª diminuta, etc.)
Ex.
C Cm C7 Cº
- Os números do lado direito das notas correspondem aos intervalos a partir da nota fundamental do acorde.
- Como pode ser visto no exemplo acima o acorde maior é representado apenas pela letra C e o menor por um m minúsculo ao lado da letra C, de onde se conclui que a letra C, sozinha, indica 1 (fundamental), 3M e 5J da escala e Cm indica 1 (fundamental), 3m e 5J. Da mesma forma os acordes de 7ª da dominante C7 e 7ª diminuta Cº, subentendem os intervalos mostrados no pentagrama acima.
2) Eventuais alterações (5ª aumentada ou diminuta, 9ª menor ou aumentada, etc.)
Ex.
C(#5) Cm7(b5) C7(b9) C7(#9)
separar o som básico do acorde (tríade, tétrade) das notas acrescentadas, é recomendado o uso do parênteses na cifra, também usados para uma melhor programação visual, como em C(#5), Cm7(b5) etc.
3) A inversão do acorde (3ª, 5ª ou 7ª no baixo, etc.)
Ex.
C/E C/G C/Bb
- Baixo é a nota mais grave do acorde.
c) O que a cifra não estabelece (livre escolha do executante)
1) A posição do acorde
Ex.
C Cm7(b5)
- Veja que as notas do acorde na pauta são as mesmas, mas em posições diferentes.
2) A ordem vertical ou horizontal (se o acorde é tocado simultaneamente ou sucessivamente)
Ex.
- Quando um acorde é tocado sucessivamente dizemos que se trata de um acorde arpejado (dedilhado).
3) Dobramentos e supressões de notas no acorde
Pode-se dobrar, triplicar ou suprimir a quinta justa, dobrar e triplicar a fundamental. O dobramento da terça deve ser evitado (enfraquece o acorde) e a fundamental só pode ser suprimida se um outro instrumento tocar o baixo.
Ex. Triplicação da
fundamental e
dobramento da Supressão da
quinta justa quinta justa
Dobramento da
Dobramento da fundamental e
fundamental quinta justa
III – FORMAÇÃO DO ACORDE
O acorde pode ser formado por três, quatro ou mais sons. Quando formado por três sons é chamada de tríade, por quatro sons de tétrade e por mais de quatro sons, de tétrade com nota acrescentada.
a) Tríade
- A tríade é formada pelo agrupamento de três notas separadas por intervalos de terças e pode ser maior, menor, diminuta ou aumentada.
1) Formação da tríade maior
- A tríade maior é formada pela fundamental (1), terça maior (3M) e quinta justa (5J) e se caracteriza, também, pela superposição de uma terça maior e uma terça menor.
- Nos exemplos são mostradas as tríades e tétrades associadas às escalas dos acordes.
Ex.
C
- A primeira nota do acorde é chamada fundamental (1).
- O acorde maior e menor com a nona adicionada é uma tríade com uma nota acrescentada.
Ex.
C(add9)
2) Formação da tríade menor
- A tríade menor é formada pela fundamental (1), terça menor (3m) e quinta justa (5J) e se caracteriza, também, pela superposição de uma terça menor e maior.
Ex.
Cm
3) Formação da tríade diminuta
- A tríade diminuta é formada pela fundamental (1), terça menor (3m) e quinta diminuta (5 dim) e se caracteriza, também, pela superposição de duas terças menores.
Ex.
4) Formação da tríade aumentada
- A tríade aumentada é formada pela fundamental (1), terça maior (3M) e quinta aumentada (5 aum) e se caracteriza, também, pela superposição de terças maiores.
Ex.
C(#5)
b) Tétrade
- A tétrade é formada pelo agrupamento de quatro sons separados por intervalos de terças superpostas.
Ex.
C7M
Ex.
C7
c) Tétrade com nota acrescentada
Ex.
C7M(6/9)
- Usa-se o parêntese na cifra para se separar o som básico da tríade, ou mesmo para uma melhor programação visual, tais como C(#5), Cm(7M), etc..
IV – ACORDE NO SEU ESTADO FUNDAMENTAL
Quando a fundamental (1) está no baixo (nota mais grave do acorde) diz-se que o acorde está no seu estado fundamental.
Ex.
C C7
V – ACORDE INVERTIDO
É quando a terça, a quinta ou a sétima vai para o baixo, isto é, fica sendo a nota mais grave do acorde. Quando a terça vai para o baixo, diz-se que o acorde está na primeira inversão; quando é a quinta que vai para o baixo, tem-se uma segunda inversão; e quando vai a sétima, uma terceira inversão.
a) Acorde maior e menor na primeira inversão (terça no baixo)
Ex. 1
C/E
- No acorde invertido o numerador indica a fundamental e o denominador a nota do baixo.
Ex. 2
Cm/Eb
b) Acorde maior e menor na segunda inversão (quinta no baixo)
Ex. 1
C/G
Ex. 2
Cm/G
c) Acorde com sétima na terceira inversão (sétima no baixo)
Ex. 1
C/Bb
Ex. 2
Cm/Bb
A) Tonalidade e Tom
a) Tonalidade
É um sistema de sons baseado nas escalas maior, menor harmônica, menor melódica e menor natural. Ao ouvir uma escala observe que os sentidos das notas repousa em certos graus, devido às atrações que uns exercem sobre os outros. O repouso absoluto é feito no I grau (função tônica), centro de todos os movimentos.
b) Tom
É a altura onde se realiza a tonalidade, já que existe uma série de tons em diferentes alturas. Por exemplo: se a tônica de uma música for a nota Lá, quer dizer que a tonalidade se realiza no tom de Lá (maior ou menor).
B) Categoria dos Acordes
a) Categoria maior
Os acordes da categoria maior se caracterizam pela fundamental, terça maior, quinta justa e nunca possuem a sétima menor.
Ex.
C C7M
b) Categoria menor
Os acordes da categoria menor se caracterizam pela fundamental, terça menor e a quinta justa.
Ex.
Cm Cm7
c) Categoria de acorde de sétima da dominante
Os acordes de sétima da dominante se caracterizam pelo trítono formado entre a terça maior e a sétima menor, dando origem ao som preparatório ou de tensão do acorde de sétima da dominante. O trítono é o intervalo entre duas notas separadas por três sons.
Ex.
V7
G7
A denominação dada a esta categoria como sendo de sétima da dominante deve-se ao fato de ser este acorde construído diatonicamente sobre o V grau da escala maior, grau da função dominante.
Ex.
I II III IV V7 VI VIII
G7
Ainda na categoria dos acordes de sétima da dominante, temos o SubV7 que é o acorde substituto do V7 com a fundamental uma quarta aumentada abaixo. O SubV7 é encontrado um semitom acima do acorde onde vai resolver.
Ex.
SubV7 I
Db7 C
- A seta tracejada na resolução SubV7 I indica o movimento do baixo descendente por semitom.
d) Categoria de acorde de sétima diminuta
Caracteriza-se pela terça menor, quinta diminuta e sétima diminuta. É construído diatonicamente sobre o VII grau da escala menor harmônica, grau este de função dominante. Caracteriza-se, também, pela presença de dois trítonos.
Ex.
Bº